terça-feira, 6 de abril de 2010

MULHER - uma pequena abordagem didática

A mulher está deixando de ter um papel secundário no mundo contemporâneo, em especial no ocidente. Na atualidade, políticas públicas estão sendo de fundamental importância para acompanhar o processo de libertação da mulher e acompanhar, sobretudo, o resgate do direito à voz, fazendo-as abandonar definitivamente a condição de silenciadas da qual foram por muito tempo vítimas incontestes. Até o século XIX, notava-se com mais propriedade o caráter patriarcal da configuração social-familiar, característica primordial de uma sociedade “machista” em que as regras baseavam-se num jogo de forças feitas para privilegiar a manutenção do Status Quo falocêntrico.

A mulher do Brasil do século passado, formada e constituída socialmente nesta ordem, era subserviente e ostensivamente dependente do pai ou do marido, sendo reificada pelo homem e silenciada por ele. Desde menina era ensinada a ser mãe e esposa, sua educação limitava-se a aprender a cozinhar, bordar, costurar, tarefas estritamente domésticas. Carregava o estigma da fragilidade, da pouca inteligência, entre outros que fundamentava a lógica patriarcal de mantê-la afastada dos espaços públicos. Essa condição de marginalidade passa a sofrer rupturas a partir do século XIX quando mulheres passaram a se organizar em cooperativas fabris e grupos de reivindicações ligadas às ideologias antiliberais e, sobretudo, de combate ao sistema capitalista, inspiradas em filósofos como Karl Marx. Tais ideias combativas partiam não apenas da condição de desigualdade da qual a mulher estava sujeita, mas também da premissa de que o trabalho é, por assim dizer, um mecanismo alienatório e o próprio capitalismo um regime de exploração do “homem pelo homem”. Todo este ambiente favoreceu de maneira embrionária a formação futura de organizações de mulheres às quais foram também responsáveis por manter sucessivas pressões sobre a classe política, no sentido de ver garantida a conquista de direitos fundamentais para o fortalecimento da cidadania da mulher.

A necessidade de se criar projetos de lei que propiciariam a ascensão social feminina advém de uma análise de seu comportamento frente ao homem na história recente do país. A trajetória da mulher brasileira é marcada pelo estabelecimento de uma ordem social masculina legitimada pela ideologia religiosa cristã, promovendo explicitamente a invisibilidade do feminino em todas as esferas sociais. ÊPA... e a VIRGEM? Calma, sei das narrativas em torno de Maria, mãe de Jesus Cristo. Mas, espera um pouco... Mãe de quem? Sem querer comparar em graus de importância, mas também nesse prisma, a inferioridade ironicamente se instala quando tentamos lembrar o nome daquela modelo top internacional... Aquela, companheiros, super famosa, moreninha, gostosinha e tal... – a esposa do Ronaldo Fenômeno. Como é o nome dela mesmo? Ah... não importa! É a esposa do CARA! E isso basta! Deixa pra lá! Até porque já há algum tempo ouvimos falar em sujeitas notáveis como HILLARY CLINTON, MICHELLE OBAMA e CONDOLISA RISE. Todas fortes e suficientemente inteligentes para se destacarem no cenário mundial sem os desmandos e as trapalhadas dos maridos ou dos seus padrinhos políticos. E vem aí a famigerada DILMA, direto dos porões e solitárias da ditadura militar para se colocar como a primeira governante mulher do país. Sai da barra da calça do Lula, criatura!

Voltemos a falar das nossas lindas tupiniquins mais comuns – refiro-me num termo indígena sem querer ser indelicado com as de pouca roupa. São índias? De jeito nenhum. Até porque as índias, fora a questão cultural, já estão devidamente vestidas faz muito tempo. As índias são intocáveis nesse contexto. Vou falar das que usam pouca roupa mesmo, porque o país é quente pra “dedéu”; E das que estão em propagandas de carros, margarinas e cervejarias - quase fazendo parte do pacote de acessórios e vantagens para fidelizar o cliente. (INDIGNAÇÃO: é a tal coisificação da mulher levada aos extremos da superexposição, em tempos de afirmação e reafirmação do verdadeiro valor da mulher no Brasil); E das que estão em bailes Funk numa performance espetacular da música SURRA DE BUNDA, sucesso entre os ONANISTAS DE PLANTÃO; e das exóticas do PAGODÃO BAIXARIA, dançando o negócio do “ME DÁ, ME DÁ A PATINHA , ME DÁ – SUA CACHORRINHA” coisa para VOUYER nenhum botar defeito; e das serelepes dançarinas nos shows de um estranhíssimo forró de guitarra, eletrizado e acompanhado por um balé circense de silicones e calcinhas perfumadas e arremeçadas a um público ávido por prazer visual. ÊH, meu forrozão de outrora, com triângulo, zabumba e acordeão cromático. Que saudades do nordeste com cheiro de mato e menos americanizado. Salve Luis Gonzaga – O Rei do Baião! Que Deus o tenha, meu querido! (SUGESTÃO: o presidente Lula poderia sancionar em forma de Medida Provisória uma lei que liberasse alguns canais fechados de sexo explícito – pensei em algo como o Sex Hot. Essa medida deixaria as pessoas mais calmas durante o bailar das bundas saltitantes dos atuais “shows” de forró) É o prazer do encontro com o vazio. Estamos consumindo o inconsumível. Mas tudo isso só existe porque dá prazer financeiro a alguém. O apagão cultural de um país sempre foi uma empresa pra lá de rentável. Se juntarmos tais ofícios às delícias da putaria legitimada pela cultura do riso, então o trabalho fica mais gostoso. E a imagem das mulheres - pra lá de Bagdá! Ou seria pra lá de... enfim! Sem problemas... Abaixo da linha do equador não tem pecado! Frase dos PORTUGAS quinhentistas... Ingleses e franceses oitocentistas... e dos pós-modernos Americanos do MAC DONALDS e do tráfico de menininhas de tenra idade! Entre uma orgia e uma chicotada eles sempre largam essas pérolas. Atenção: Vou esquecer os portugueses por hora para o texto não virar uma piada! Afinal é para ser entendido por todos! (Risos – piadinha infame! Luis que não me ouça! Não é o Camões não, é o Pitta mesmo)

Mesmo reconhecendo todo embaraço causado por mulheres desconectadas com o fortalecimento da identidade feminina é preciso parabenizar e enaltecer aquelas que lutaram e lutam para o fortalecimento da cidadania, da democracia e que são comprometidas com o progresso do país. É preciso reconhecer o avanço notório dos últimos 150 anos, nos quais o movimento feminista tem sido responsável por diversas conquistas na vida das mulheres. No entanto, embora muito tenha sido realizado, elas ainda vivem numa sociedade que lhes dá respostas ineficazes, onde a supremacia dos homens, maioria no comando da situação, ainda faz com que as políticas públicas não atendam aos verdadeiros anseios do público feminino.

A história de lutas e conquistas de tantas mulheres, muitas delas mártires de seu ideal, no decorrer de quase dois séculos, leva a humanidade a iniciar um novo milênio diante da constatação de que ela buscou e conquistou seu lugar apesar de tudo. Mais do que isso, assegurou seu direito à cidadania, legitimando seu papel enquanto agente transformador. Hoje elas têm direito ao grito e o fazem melhor do que qualquer um.