domingo, 15 de dezembro de 2013

E lá vem o Velhinho...


Hoje eu vinha dirigindo pela Avenida ACM rumo à Paralela, ouvindo uma baladinha estilo “Jingle Bells”, era uma noite fria na capital baiana, os sinos já anunciavam a essa altura a Rena Galopante que vem do Norte, boa parte dos meninos sabem, e o sorriso dos adultos já escapa aos lábios, pois há um sentimento de paz e esperança que paira no imaginário coletivo nesta época do ano, como se os problemas do mundo por duas semanas resolvessem hibernar... e lá vem o velhinho, senhores, eu posso sentir. É a magia tomando conta do coração.
As árvores ganham um brilho todo especial, a decoração nas sacadas dos prédios, as janelas dos quintais que já se enchem de sapatinhos, acolhendo os pedidos, pessoas sorrindo e deixando os Shoppings com embrulhos uns mais lindos do que outros, coisas que vi da janela do meu automóvel logo que cheguei ali no final da avenida que homenageia o lendário político, em frente ao Iguatemi... e lá vem o velhinho, meninos, eu já posso ver.
Surpresa!! E lá vinha mesmo o velhinho na minha direção, carro parado no semáforo, dessa vez eu fui o abençoado, pensei, pois percebi que lá vinha o velhinho ao meu encontro, passos vagarosos, olhar terno, rugas, vejam só... cabelos brancos, e ao fundo uma capela do “Bom Velhinho” que tocava no meu DVD, dando emoção ao instante, e enfim, chegou o bom velhinho na janela do carro, dizendo:

- ô, meu filho, eu estou o dia todo sem comer nada, morrendo de fome, por favor me ajude.
- Feliz Natal, Deus te abençoe e que te dê tudo de bom em dobro.

E lá vai o velhinho sem as Renas, maltrapilho, chinelos-pés-no-chão, andar cansado, mãos escuras, sorriso “amarelo-manga”, com uma “ruma” de meninos saltitantes com rodos em punho, garrafas PET, água e sabão à barraquinha de Cachorro-Quente, obedecendo a uma fila improvisada ali, em frente à opulência, à fábrica da alegria e do consumo do outro lado da rua, dizendo SIM, VOCÊS PODEM, convidando todos a fazer parte da magia do Natal.

FELIZ NATAL NA CAPITAL DE TODOS OS SANTOS, ENCANTOS E AXÉ.

Noite feliz, noite feliz...

E não se esqueçam dos sapatinhos, pois “seja rico, ou seja pobre, o velhinho sempre vem”.