quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A GENTE QUER INTEIRO E NÃO PELA METADE



Gente de "meio braço" não irá fechar o perfeito compasso do meu abraço. Gente de "meio beijo" não convida sua alma para um passeio de olhos fechados em Paris. Gente "pela metade" não excita, não se faz ouvir ou sentir após o primeiro orgasmo.
            Ser uma pessoa inteira, plena de si, te torna exigente, não com o outro, mas com aquilo que está disposto a receber, aceitar e compartilhar. Valorizar-se não é sinal de soberba, e, além do mais, é de graça. Ame sua incompletude, aprecie suas lacunas, pois os pedaços que lhe faltam faz também o seu charme, deixando lá um espaço para alguém se encaixar, e completar com as peças disformes de cá o mais lindo dos quebra-cabeças. O que se busca é a inteireza na incompletude, mas nunca a metade da entrega, nunca uma vida de cores opacas, essa coisa estéril, insossa e sem graça que faz da existência uma máquina de moer sonhos e endurecer pessoas.
            Não aceite migalhas, você não é pinto. Não ofereça somente o que lhe resta, pois as pessoas merecem mais, muito mais. Todo mundo quer ser feliz, e você que é inteiro e não metade já está mais do que pronto para sê-lo.
             Portanto, acredite, jovem: - Gente de "meio coração" não consegue convencer o seu a mudar de endereço.

Saudações de um alguém em construção.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A FALTA QUE VOCÊ ME FAZ



Se Deus, por acaso, distraído, convertesse minha saudade em número extra de dias na terra, seria o pior dos castigos, muito além do apagar das luzes de dez séculos da Idade Média, pois, de certo, permaneceria nesse mundo muito além do fim dos tempos, muito além do tempo da dor, muito além dos últimos gritos engessados de horror da experiência humana, fracassada, tola e inútil. Eu seria uma espécie de embrião moribundo de uma raça sem rosto, cantores do “Nunca Mais” em marcha fúnebre rumo ao nada, cujo Supremo é a AUSÊNCIA, o Medo, MEU oxigênio, e a Morte, o relicário da SALVAÇÃO.

Ah, que falta você me faz...

 Texto Ficcional
A.M.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ELA NÃO SABE FALAR DE AMOR

Dizia-se não saber encantar as palavras caídas aos seus pés
mas de certo sentia
com elegância e magia
de tudo um tantão assim agudo
abençoada pelos arcanjos da poesia.

Suspiro ao pensar
essa moça a me encantar
agressiva escrevendo sem pudor e sem parar
Será que com essas palavras estás a me cantar?
Jamais!!

Olha lá
Eis minha poetisa das palavras outrora caídas
estrofes, versos e rimas dando até em árvore
fervilhando em minhas entranhas e corrente sanguínea...
 

Olha...

Eis minha doce menina
não de posse, quanta ousadia...
mas minha, pois deveras tudo que vive em mim é meu
és parte inequívoca do meu espírito
e meu coração sorri em tê-la aqui em definitivo.

Ela escreve poesia como respira
"Olha lá os trocadilhos..."
tem olhos no infinito
Humildade no espírito
e "borboletas no estômago".

- Eu também não sei falar de amor.