Através deles, a gente joga farol no passado, luz de candeeiro na obscuridade e dá um ponta pé na viseira cansada da alienação, entende a realidade, e tem a possibilidade de reinventar o futuro... ou simplesmente joga um tom multicor em suas rugas, ou a encrespa de uma vez, ora pois. Não há fronteiras quando se trata dos efeitos de um bom livro. Com eles, nunca estamos sozinhos, os personagens nos visitam à noite em nossos sonhos. Acredite!! A saber: Como não querer dar uma bronca no mimado Bentinho ou como não se perder nos olhos de ressaca da Capitu? Ah, como não amá-la em sua inteligência fina, sutil - dissimulada; como não se contagiar com o inventor das gentilezas, o incrível Augustus Waters, tão gentil com a amável e frágil Hazel Grace, mostrando-nos logo depois ser mais forte e corajosa com dois pulmões de brinquedo do que eu em perfeito estado físico, e todo o tempo do mundo. Como não entrar numa catarse nostálgico-sentimental passeando pela poesia do Ruy Espinheira Filho em sua tão bem cantada "Epifania". Como não querer correr atrás das Pipas para tentarmos mudar a sorte do menino Hassan no Best Seller mais perfeito que já li "O Caçador de Pipas". Como não torcer para que Paloma, a adolescente mais adulta que já pude me encantar, em " A Elegância do Ouriço", encontre um sentido para viver, antes de promover suicídio e por fogo no APT onde mora em plena Paris. Ah... o que dizer de Drummond, Quintana sem parecer estúpido? rs... Nada. Minha escrita não alcança a dimensão do elogio. Hoje ainda é um grande dia - 23 de abril - Dia do Livro.
quarta-feira, 23 de abril de 2014
O ESPIRRO DO ESTADO: MAIS UMA GREVE DA POLÍCIA MILITAR DA BAHIA
Nunca foi tão temeroso sairmos da nossa prisão domiciliar. Contraditório, não é? Nesse jogo político-social-histórico-demo crático-oportunista-controvers o-incompetente-alienatório-irr esponsável
que representa a visão multifacetada desta greve da polícia militar da
Bahia, a verdade é que bandidos estão soltos e nós estamos presos. A
polícia é um efeito colateral do sistema. Lembre-se da Copa das Confederações
e a quantidade de gás que você inalou. Greve de polícia é o Estado com
gripe. Nós somos apenas o corpo febril tendo que ficar de repouso,
tomando drogas para nos levantarmos da cama, somos bucha de canhão. No
entanto, o homem atrás da farda, que deseja e faz jus a uma melhoria nas
condições remuneratória e de trabalho para o bem da sua família e da
segurança pública, merece todo o nosso respeito. Enfim... é tudo tão
contraditório. Tem a incompetência do governo e a tentativa da "direita"
em desgastá-lo antes das eleições. Tem a pesadíssima mão fascista do
estado que é representada pela força policial, mas tem o pai de família,
trabalhador e honesto que trava uma guerra diária com tão poucos
recursos e tão pouco valorizado e que está debaixo da farda. Tem..
tem... nossa... tem coisa pra caralho!! Não dá!! Muito tarde e o dia foi
tenso demais!! Deus nos proteja!!
PERMITA-ME PERDER A MÃO E ERRAR NO TOM
E pela manhã pensei assim: se não for para construirmos
um soneto tradicional-romântico-portuguê s, prefiro tocar o meu DÓ MAIOR
solitário em escalas assimétricas, e assim meus dedos dançarão no teclado da
existência, de recitais lindos, livres e plurais, em sendo de certo o repúdio
ao padrão estético da tristeza, de um nós que jamais existirá, de um canto do
amanhã em primaveras sem flores, de traços ao acaso, rabiscados numa folha de
papel, de mim sem você, em OITO OITAVAS da entoada melódica construção
existencial. Putz.. mas sem você... E assim vou seguindo... sozinho em canção,
um trovador-sonetista de milagres improváveis do amanhecer.
terça-feira, 15 de abril de 2014
O JULGAMENTO DOS BONS
O julgamento é sempre um atentado suicida ao próprio telhado de vidro. É tão desnecessário quanto sofrer de véspera. É um sinal de amnésia sobre o próprio passado ou quem sabe a tentativa cega de substimar o imponderável que reescreve o futuro. É traço irremediável de intolerância, ignorância e pouca inteligência. É tentar escrever a história pelo fim ou pelo desfecho. É triste!
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