quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O LAGO DOS CISNES

Vem que eu conduzo a dança


as notas nos fará construir pequenos sentidos de vida em algumas horas..

perder a noção de finitude 

encarar a onda

e gozar...

livres , lindos e plurais


Vem sem medo... não vê o lago?
Os Cisnes já se foram.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

SUPREMA VERGONHA NACIONAL

EU PRECISO ME ESFORÇAR MUITO PARA NÃO DIZER QUE TENHO VERGONHA DO MEU PAÍS. Eu juro que queria ficar menos chateado ou não me chatear com a história dos famigerados Embargos Infringentes e todos os salamaleques dos DOUTOS DE TOGA, e já anunciar os caminhos dos meus embalos de sábado à noite, mas não dá, pois eu tenho filho e tenho também consciência de futuro. Não estudei Direito, no entanto imagino que todo processo judicial, todo julgamento deveria ou deve, desculpem os entendidos, produzir um efeito didático na sociedade. Lembro-me, peço venha, que o Tiradentes fora decapitado e suas partes espalhadas pelos recantos da antiga MG no intuito de produzir um efeito didático nos insurgentes daquela pretensa Revolução. Imagino que o suplício público de Jesus Cristo tenha sido executado também com o mesmo objetivo – ensinar alguma coisa à sociedade, seja um ensinamento positivo ou negativo. Quando ponho meu filho de castigo, julgando que ele tenha feito algo de “errado”, estou querendo também produzir um efeito didático. – Ora, filho, de quem é esse alfinete? É do amiguinho pai. Por que você trouxe isso para cá, filho? Isso é seu? Então devolva e venha para casa para receber a sua punição. Claro, foi assim que estudamos e é assim que procedemos com a educação dos nossos filhos. Daí eu pergunto: Qual o efeito didático de uma não-condenação de declarados integrantes de quadrilha, pseudo-representantes do povo, que roubaram um dinheiro que faltou no hospital, que faltou na merenda escolar, que faltou para construir ciclovias que faltou para tudo? Qual o efeito didático de gente que foi denunciada em 2005 e em pleno ano de 2013 recebe o direito de ter mais alguns anos fora da cadeia comendo e bebendo do bom e do melhor, à custa da minha e da sua grana??? Qual???? Qual???? Não dá pra engolir tudo isso, nem dirimir o meu estado de perplexidade diante do voto de uma casa da justiça que passa a mão pela cabeça de bandido, nem me concentrando nos tremeliques e sarcasmos do personagem gay da novela que não assisto, nem com a gostosa que teima em aparecer semi-nua para aumentar a audiência de programa vazio que não suporto, nem mesmo com os parcos gols do meu Vaaaaiii Curintiaaa desta sofrível quarta-feira sombria. É dia de luto para quem tem consciência de nação. Hoje o GOLPE foi duro, pois se não bastassem os 08 anos da denúncia do caso do Mensalão, a Corte Maior do país entendeu que os réus não tiveram o devido espaço de tempo para se defenderem e por isso eles não estariam tendo o seu pleno direito à defesa assegurado. Olha.. e o julgamento tem Foro Privilegiado e os cambal, por isso só pode ser feito ali. E só ali já vamos para 08 anos de enrolação. Meu Deus, combate à corrupção não é constitucional? De que valem as leis frias, o academicismo jurídico estéril se não promoverem em sua essência um sentido de Justiça? Digo-lhes: NADA. Ah, mas alguns dirão: O Supremo não pode e não deve ouvir as vozes das ruas. Ouçam a constituição. Não queremos menos Constituição no julgamento das coisas, queremos mais Constituição. E o que ficará de agora em diante? Mais anos e anos de Vossa Excelência para cá, Vossa Excelência para lá;  --- Olha, Doutor, Data Venha o artigo tal do inciso tal da puta que me pariu e de acordo com as cartas Manoelinas que naufragaram no fusquete do povo, Dr. fulano é merecedor do recurso da peste e do cabrunco. E vamu que vamu de tapinhas nas costas, de joguinhos escrotos que fazem do STF um apêndice partidário... e pererê e parará... e assim vai.  É brincadeira? Putz..  E é só o início, pois o final será a absolvição. Alguém duvida? É tanta coisa para escrever que é melhor eu me recolher ao meu solitário Blog para eu soltar meus cachorros de forma apropriada. Aqui tá dando até processo! Enfim... e o Exagerado Cazuza do alto da sua loucura frenética escreveu assim: " Não me convidaram /
Pra essa festa pobre /
Que os homens armaram pra me convencer /
A pagar sem ver /
Toda essa droga /
Que já vem malhada antes de eu nascer".



terça-feira, 3 de setembro de 2013

Quiria isckeve augo legaú maix fauta educkassão

Bom, Bruninha, eu vou falar como cidadão e não como professor. Então me permita ser informal na resposta, já que é uma entrevista.
É preciso ficar claro que a linguagem é absolutamente dinâmica no tempo e no espaço nos quais se realiza, pois é óbvio que a língua do dominador/colonizador que chegou aqui em 1500 está longe de ser parecida com a comunicação verbal que é produzida na contemporaneidade. É imprescindível recordar que a história do Brasil foi marcada pela miscigenação das três raças, o que permitiu a interação mútua de diversos dialetos indígenas, africanos em convivência direta com o próprio português de Portugal, possibilitando a diferenciação da linguagem que é produzida em Portugal e a que é produzida no Brasil, ainda que se mantenha o rótulo de “Língua portuguesa”, muito embora estudiosos de grandes Universidades do Brasil já desenvolvam teses respeitadíssimas que vão corroborar com a corrente que defende que o português falado aqui pode ser chamado de “língua brasileira”. Precisamos considerar ainda que o viajante do velho mundo que chegou a terras tupiniquins trouxe uma linguagem marcadamente distante da variante culta da língua que era professada nos principais centros culturais de Lisboa, pois se lembre que os primeiros navegantes que desceram das naus lusitanas, trazendo pulgas e doenças, foram degredados, prostitutas, ladrões, insurgentes políticos e agitadores sociais, muitos deles representantes, portanto, de uma variante popular do português. Essas considerações já rechaçam a possibilidade de algum brasileiro ou português falar a língua portuguesa na sua norma padrão, aquela que está descrita em compêndios gramaticais, pois tal realização da língua é absolutamente estéril, são letras frias que não acompanharão jamais a dinâmica e velocidade das nossas necessidades de comunicação e suas recorrentes adaptações aos diferentes contextos que nos são apresentados a todo instante.
Se não me falha a memória, há cerca de dois anos um livro educativo de língua portuguesa adotado pelo MEC foi violentamente ridicularizado pela opinião pública por discutir a noção de erro na língua portuguesa, afirmando que não existem erros no português, e sim, incontáveis possibilidades de realização da mesma língua. Essa reflexão deixou os patrulheiros de plantão estarrecidos, principalmente porque o MEC errou na estratégia ao lançar tal discussão acadêmica para o centro da sociedade sem o devido amadurecimento e esclarecimento dessas idéias. Ora, existe a variante culta da língua que é notoriamente privilegiada pelos centros de poder, principalmente porque é realizada por quem tem a oportunidade de acesso à educação de qualidade, são médicos, doutores do saber jurídico, acadêmicos, professores e etc. Mas a sociedade precisa se conscientizar que não é possível considerar erro, realizações que carreguem a riqueza de traços regionais, pois língua é questão de identidade, língua é fator de diferenciação, língua é riqueza cultural e, por isso não deve ser engessada por nenhuma padronização que desrespeite aos seus usuários e ao mesmo tempo os releguem à invisibilidade social. Portanto, a noção de erro precisa e deve ser relativizada. A linguagem nas redes sociais de mensagens instantâneas como MSN, whatsapp e Facebook  tem seu código linguístico totalmente próprio, é absolutamente pertinente e eficaz para o contexto onde se realiza. Imagina alguém tentar conversar com algum adolescente, hoje em dia, pelo Whatsapp se utilizando de um português rebuscado? Vai acabar comendo mosca e ficando a ver navios na rede social. Eu não estou dizendo com tudo isso que a norma padrão e a variante culta da língua, que são conceitos claramente diferentes, devam ser ignoradas, até porque nosso país é continental, trocamos documentos oficiais de leste a oeste, a comunicação escrita se faz presente em todas as relações sociais, econômicas, educacionais e culturais, então a padronização é importante, mas a valorização da variedade é tão imprescindível quanto a necessidade da norma padrão que aprendemos na escola. Um juiz jamais levará um papo com seu filho em uma linda manhã de sol  na praia de Aleluia da mesma forma como brilhantemente discorre sobre uma sentença condenatória de um deputado corrupto.
Por fim e a despeito do estado de perplexidade que tomou conta da hipócrita sociedade brasileira em pleno século XXI no caso do livro do MEC, peço licença ao poeta antropofágico modernista, Oswald de Andrade, para enriquecer minha reflexão com seu arrojo e coragem, lá em pleno começo de século 20, quando escreveu:


PRONOMINAIS

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.