terça-feira, 29 de maio de 2012

PARENTESES


Sem sacanagem... Eu sinceramente não sei o porquê das classes pseudo intelectualizadas deste país falarem tão mal da Venezuela do H.C.. Não compreendo mesmo, sob quase nenhum aspecto que valha a pena entender. Dizem que a economia (bicho esquisito pra caralho) tá lascada e que o Brasil caminha para ter a 5ª do mundo. Entretanto minha mente entra em parafuso quando olho minha conta bancária, quando peço 50 reais de gasolina na segunda e na quarta começo a andar na banguela, quando olho para nossa jornada de trabalho, quando penso na educação, saúde, moradia... inclusive quando analiso o fator "imprensa livre" - Liberdade de expressão... vixe... sei não!!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

AS LÁGRIMAS NÃO FAZIAM PARTE DO ACORDO


Ps. Diário do garoto Johan encontrado por estudantes de geologia no devastado bosque do PARALELA’S GARDEN 

“Os olhos viram e as mãos amassaram o bilhete de despedida, jogada abruptamente ao cesto de lixo na tentativa vã e desesperada de enterrar para sempre o tortuoso crime ou quem sabe escamotear um sentimento destinado ao fim desde a sua gestação. Um papel que tinha o cheiro da dor e da despedida. Ah.. quão longas foram aquelas frases de ADEUS daquela que me dera o meu primeiro beijo aqui do alto dos meus dezessete mal vividos. Longas e especiais foram nossas escapadelas rumo ao Bosque Paralela Garden. Foi lá que já perdidos, tentamos nos achar e quase nos perdemos de vez. Entregamos-nos num labirinto de árvores e flores que demoradamente íamos buscando cultivar em cada área vazia, sem cor e sem vida. Não havia placas, nem regras. Quando entramos ali, estávamos decididos a andar para frente, sem olhar para trás, a fim de ficarmos longe da dor. Conseguimos? NÃO. – TALVEZ por algum tempo. Sabia que não havia saída dali, e eu nem queria que houvesse. Equivoquei-me a pensar que estaríamos destinados a nunca mais deixar aquele exótico Bosque Paralela.  Mas você se foi, companheira, e deixou para trás os jasmins, as roseiras e as folhas de chá que esquentavam a alma em dias de frio. Em letras miúdas as frases foram mutilando o sonho e a fantasia, me resgatando a contragosto para o mundo real. Só doeu porque sabíamos nós que a vida real, diria Abujamra, é uma espécie de “causa perdida”, sem graça e sem poesia. Mas não ali, querida. Não em nosso Bosque, onde até os anjos lavariam os pés antes de violá-lo.

- Diga-me vós, enigmática lua, quantos primeiros beijos um adolescente português sentimental pode dar e receber ao longo da vida, sem que haja maiores desdobramentos sentimentais? Não sei... poucos?!!

- Por que foste embora querida, se nossos beijos ali se multiplicam na medida do desejo e da loucura? INTERMINÁVEIS!

Com a Lohana todo beijo é (fora) o primeiro.  Oh, pobre e traiçoeiro coração que não entende as necessidades do corpo, quando ao contrário busca conquistar aquilo que nunca esteve lá para ser conquistado, procurando o sublime na calada da noite, sem barulhos ou estardalhaços. Envolve-nos no mistério e nos deixa reféns do acaso. Agora eu sei! Sei que os Bosques não são encantados, os amores quem os são.

- Como pode o lápis e o papel se deixarem usar para o doloroso ADEUS, uma vez que já foram testemunhas dos amores mais sublimes e mais deliciosamente sacanas?

“Querido Johan,

Queria lhe dizer isso que vou dizer agora pessoalmente, mas acho que não tenho coragem... me deixar envolver por você foi uma das melhore coisas que me aconteceu nos últimos tempos. Me senti linda, querida, desejada... mas não posso continuar...  não me force a lhe dar explicações.. você jamais entenderia.

ADEUS!
  
Nunca me esquecerei das cavalgadas nas tardes de terça, nos labirintos infinitos do nosso Bosque Paralela Garden.

ADEUS, JO

Ass. EU”

As lágrimas que rolaram na face não foram mais volumosas do que aquelas enfiadas goela abaixo naquela tarde de quinta. ELAS NÃO FAZIAM PARTE DO ACORDO. Cada palavra sangrada naquele bilhete ficará guardada, solitária, no baú do esquecimento. Vou levar comigo apenas o sorriso fácil e bobo daquelas tardes chuvosas de maio, o cheiro das flores do Bosque, nossos abraços, as conversas proibidas e o carinho que engrandeceu o homem por detrás do menino. Para finalizar, guardarei um pouco de dor para me lembrar de respeitar as promessas feitas, a decisão tomada, o caminho seguido.
Um beijo carinhoso, my honey,
do seu, pra sempre seu...

JOHAN”

“And I'd give up forever to touch you”
Goo Goo Dolls

P.S. Há informações de que o diário foi encontrado pela metade. Suspeita-se que parte significativa do seu conteúdo tenha sido levado e que o jovem Johan não escrevia sozinho. Será? Uma editora pouco conhecida no Nordeste de Portugal acredita que encontrará as páginas que faltam para publicações posteriores. Muitas lacunas ficaram. Não se sabe de onde vieram e de que forma se iniciou a relação do romântico Johan e sua enigmática Lohana. Não se sabe se o tal Bosque Paralela Garden é real ou fruto de um delírio criativo.Quem é Lohana? Qual a origem dos seus conflitos? Quem é Johan? Por que seu diário teve suas páginas arrancadas? O que querem esconder? Perguntas que talvez estejam sepultadas para sempre no imaginário das crianças que brincaram no místico Bosque Paralela.

Atenciosamente

A.M.

SÓ A DOIS


Entorpecente é a dança dos lábios
Na espreita, as bocas em paralelo
Aquela que chega, a outra que finge sair, mas não sai
O frenesi do acontecimento protelado

Os rostos se roçam, os narizes se empurram, os olhos se debatem
Não se encaixam
A demora faz o prazer do inevitável encontro

Suplico pelo fim
Os olhos se fixam
Derrotados

As bocas entreabertas se convidam para o baile
Eu de terno e gravata sou apenas o expectador e o premiado
Enquanto no salão você estende o tapete vermelho
E me oferece o melhor dos vícios
Aquele beijo

segunda-feira, 21 de maio de 2012

SINFONIA


Ah, querida,

Tu és a orquestra regida em versos dos mais adorados poetas

A Rosa em devoção do Pixinguinha

 A “menina dos olhos” do Chico 

As notas caladas dos amores e seus segredos 

As trovas e os versos

A música em mim.