Entorpecente é a dança dos lábios
Na espreita, as bocas em paralelo
Aquela que chega, a outra que finge sair, mas não sai
O frenesi do acontecimento protelado
Os rostos se roçam, os narizes se empurram, os olhos se debatem
Não se encaixam
A demora faz o prazer do inevitável encontro
Suplico pelo fim
Os olhos se fixam
Derrotados
As bocas entreabertas se convidam para o baile
Eu de terno e gravata sou apenas o expectador e o premiado
Enquanto no salão você estende o tapete vermelho
E me oferece o melhor dos vícios
Aquele beijo
Nenhum comentário:
Postar um comentário