Tudo lhe parece ser tão desnecessário. É como se já tivesses
encontrado muito cedo o sentido das coisas, e por isso tão rápido,
humano que és, tu também tivesses perdido o encanto pelo mistério,
pois não o há verdadeiramente. O jeito é caminhar e procurar
escavar os motivos. Motivo do e para quê? Não se sabe. Vai e apenas
torça para estares enganado, embora entendas que para se sentir
enganado seja preciso descobrir-se novamente. E a descoberta faz
apagar as luzes da curiosidade, projeta uma luz de candeeiro no
óbvio. Santa controvérsia, via crucis do nada que pega em sua mão,
convida para um passeio e te deixa no vazio. Descobrir é o céu.
Viver no descoberto é um saco!! Sim, eu sei! Eu sei que ir em busca
de um sol que está sempre se pondo salva e condena. É uma condição
que aprisiona, pois as velhas formas de fuga são repetidas a
exaustão. E ao final do túnel, a gente se vê sozinho, com frio,
com medo e apenas com uma colher de presidiário na mão, pronto para
voltar a fazer o óbvio. RECOMEÇAR.
Que delicia de leitura,
ResponderExcluiruma tela, dessas grandes, toda pintada em riscas, ora sombreadas, ora multicores, tela de magia, onde "Descobrir é o céu. Viver no descoberto é um saco!!"
"Sim, eu sei que ir em busca de um sol que está sempre se pondo salva e condena."
Agora,... a colher do presidiário na mão... Foi pracabá merrrmooo!!!
Santo Dio! Que profunda reflexâo!