Se Deus, por acaso,
distraído, convertesse minha saudade em número extra de dias na terra, seria o
pior dos castigos, muito além do apagar das luzes de dez séculos da Idade
Média, pois, de certo, permaneceria nesse mundo muito além do fim dos tempos,
muito além do tempo da dor, muito além dos últimos gritos engessados de horror
da experiência humana, fracassada, tola e inútil. Eu seria uma espécie de
embrião moribundo de uma raça sem rosto, cantores do “Nunca Mais” em marcha
fúnebre rumo ao nada, cujo Supremo é a AUSÊNCIA, o Medo, MEU oxigênio, e a
Morte, o relicário da SALVAÇÃO.
Ah, que falta você me faz...
Texto Ficcional
A.M.
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