quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A FALTA QUE VOCÊ ME FAZ



Se Deus, por acaso, distraído, convertesse minha saudade em número extra de dias na terra, seria o pior dos castigos, muito além do apagar das luzes de dez séculos da Idade Média, pois, de certo, permaneceria nesse mundo muito além do fim dos tempos, muito além do tempo da dor, muito além dos últimos gritos engessados de horror da experiência humana, fracassada, tola e inútil. Eu seria uma espécie de embrião moribundo de uma raça sem rosto, cantores do “Nunca Mais” em marcha fúnebre rumo ao nada, cujo Supremo é a AUSÊNCIA, o Medo, MEU oxigênio, e a Morte, o relicário da SALVAÇÃO.

Ah, que falta você me faz...

 Texto Ficcional
A.M.

Nenhum comentário:

Postar um comentário