sexta-feira, 25 de novembro de 2016

(Rascunhando um preâmbulo)



Não me olhe com este tom de voz. Não me cheire com esta língua - líquida, insana, andarilha. Onde vais? Onde pensas que vais com este cheiro de desejo que me bebe pela manhã, e que não me concedes a misericórdia de um minuto de sossego, este hálito de madrugada, esta foda possuída, esta roupa de lua...?
Certo dia, tu foste embora, se retou com meu excesso de (a)normalidade, vestiu a canga da sacanagem, se rendeu ao “filha da putismo” de tudo que envelhece o olhar e cala a coragem. Este princípio da negação das vísceras, da carne e da libido, em nome de misericórdia. O nosso teatro em “50 tons” fecharam as portas, o canto dos aplausos de flautas doces, bailarinos do aqui e ali, foram banidos da “Casa dos Budas Ditosos”.
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- Um traço irremediável do destino é o equilíbrio, após a catarse. São nossos ritos de passagem!! Mas isso jamais nos serviu - alvenaria de um mundo em decadência!
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Volta, pois nosso pecado já foi absolvido por todos os arcanjos da poesia. A mesma que assassinou a baeta cristã que vive do dinheiro do apocalipse, que se masturba do medo daquele amanhã que teima em não nos convidar, e que se refastela com os níqueis dos recém-aprisionados.
Danem-se a moral, os bons costumes e os sinais da caretice do tempo, e vem me assaltar de mim, na madrugada de hoje! 

- O público nos espera...

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